Apresentador debate com convidados para, no fim, encarar a câmera e expressar suas próprias ideias em ‘Na Moral’
Pedro Bial recebe Alexandre Pires na estreia de Na Moral
Os nomes Pedro Bial e Na Moral, programa do apresentador que estreou nesta quinta-feira, até rimam, coincidência infame que poderia ter dado vazão à insistência do apresentador em dar um lustro poético de botequim a mais um programa de entretenimento, prática que tenta aperfeiçoar à frente de cada edição do Big Brother Brasil. Nesta nova atração semanal, Bial trocou o tom filosófico pelo professoral. Em Na Moral, ele quer ensinar o público a pensar – assim como ele.
O formato do programa se resume a debates com convidados a respeito de um tema, no caso da estreia, a conversa foi sobre o politicamente correto. “É certo dizer negro, pessoa de cor ou afrodescendente?”, quis saber Bial logo de cara nos primeiros minutos do programa. Quatro convidados se reuniram no centro do palco para ajudá-lo na tarefa de mostrar ao público que não é recomendado se prender a normas neutras de expressão para disfarçar mazelas sociais. O debate bastante heterogêneo teve opiniões do filósofo Luiz Felipe Pondé, autor do livro O Guia Politicamente Incorreto da Filosofia, o jornalista Antônio Carlos Queiroz, que escreveu oGuia do Politicamente Correto, o pagodeiro Alexandre Pires, que falou sobre a acusação de racismo por causa do clipe da musica Kong, e Maria Paula, ex-Casseta & Planeta.
Num ritmo veloz – talvez criado propositalmente para não deixar o telespectador dormir, já que o programa é exibido de madrugada – Bial e os convidados trataram de temas como assédio sexual, liberdade de expressão e abuso moral no trabalho numa superficialidade condizente com a rapidez do debate. O filósofo, o jornalista, a atriz e o pagodeiro pouco falaram, as opiniões dadas a conta-gotas serviram mais como escada para Bial dizer o que pensa, em alusão ao mecanismo da comédia em que o humorista precisa contracenar com outro para tornar suas piadas mais engraçadas.
No caso, as falas dos convidados prepararam terreno para Bial desfilar clichês: “As aparências podem enganar”, “abuso moral no trabalho é crime”, “como se trocar a palavra favela por comunidade fosse melhorar o saneamento básico” entre outros. Em meio a tudo isso, na pressa, Bial contou a história de dois personagens para ilustrar os temas: uma estagiária que se casou com o chefe publicitário – para mostrar quem nem toda paquera entre patrão e subordinado acaba no tribunal – e uma funcionária que tentou se matar por sofrer assédio moral no trabalho e deu a volta por cima. Os relatos foram interessantes, mas tão rápidos que não deram tempo para o telespectador absorver e refletir.
De repente, percebe-se que o programa (já) chegou ao fim quando Bial repete o script de apresentador do Big Brother Brasil em dia de eliminação. Olha fixamente para a câmera, que fecha o quadro em seu rosto, e desfila suas opiniões e argumentos em tom professoral. Pelo menos, Bial não trocou o bordão “vamos dar aquela espiadinha?” por “vamos dar aquela pensadinha?”. Por enquanto.
O formato do programa se resume a debates com convidados a respeito de um tema, no caso da estreia, a conversa foi sobre o politicamente correto. “É certo dizer negro, pessoa de cor ou afrodescendente?”, quis saber Bial logo de cara nos primeiros minutos do programa. Quatro convidados se reuniram no centro do palco para ajudá-lo na tarefa de mostrar ao público que não é recomendado se prender a normas neutras de expressão para disfarçar mazelas sociais. O debate bastante heterogêneo teve opiniões do filósofo Luiz Felipe Pondé, autor do livro O Guia Politicamente Incorreto da Filosofia, o jornalista Antônio Carlos Queiroz, que escreveu oGuia do Politicamente Correto, o pagodeiro Alexandre Pires, que falou sobre a acusação de racismo por causa do clipe da musica Kong, e Maria Paula, ex-Casseta & Planeta.
Num ritmo veloz – talvez criado propositalmente para não deixar o telespectador dormir, já que o programa é exibido de madrugada – Bial e os convidados trataram de temas como assédio sexual, liberdade de expressão e abuso moral no trabalho numa superficialidade condizente com a rapidez do debate. O filósofo, o jornalista, a atriz e o pagodeiro pouco falaram, as opiniões dadas a conta-gotas serviram mais como escada para Bial dizer o que pensa, em alusão ao mecanismo da comédia em que o humorista precisa contracenar com outro para tornar suas piadas mais engraçadas.
No caso, as falas dos convidados prepararam terreno para Bial desfilar clichês: “As aparências podem enganar”, “abuso moral no trabalho é crime”, “como se trocar a palavra favela por comunidade fosse melhorar o saneamento básico” entre outros. Em meio a tudo isso, na pressa, Bial contou a história de dois personagens para ilustrar os temas: uma estagiária que se casou com o chefe publicitário – para mostrar quem nem toda paquera entre patrão e subordinado acaba no tribunal – e uma funcionária que tentou se matar por sofrer assédio moral no trabalho e deu a volta por cima. Os relatos foram interessantes, mas tão rápidos que não deram tempo para o telespectador absorver e refletir.
De repente, percebe-se que o programa (já) chegou ao fim quando Bial repete o script de apresentador do Big Brother Brasil em dia de eliminação. Olha fixamente para a câmera, que fecha o quadro em seu rosto, e desfila suas opiniões e argumentos em tom professoral. Pelo menos, Bial não trocou o bordão “vamos dar aquela espiadinha?” por “vamos dar aquela pensadinha?”. Por enquanto.
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