Santana (BA) e anima agricultores
Agricultores plantam feijão e milho e esperam colher até outubro.
Em abril choveu apenas 3 milimetros, quando eram esperados 60 mm.
As chuvas começaram a cair de forma regular nesta segunda-feira (2) e já conseguiram mudar o cenário na zona rural em Feira de Santana, a 110 km de Salvador. As pastagens estão mais bonitas, nem parecem aquelas castigadas pela estiagem prolongada, a pior dos últimos 20 anos, mas as águas até agora foram suficientes apenas para fazer brotar a semente que foi plantada recentemente pelos agricultores.
De acordo com a estação climatológica da Universidade Estadual de Feira de Santana - Uefs, em abril, quando deveriam começar as chuvas de inverno, choveu apenas 3 milimetros, quando eram esperados 60 mm.
Foi o suficiente para a agricultora Maria plantar feijão, mas para colher será preciso mais chuva.
“Esse feijão plantando agora, só vamos colher no final de setembro a outrubro, e se colhermos”, disse a agricultora.
O agricultor Félix plantou duas tarefas e meia com milho e feijão. Agora ele vai plantar aipim no restante da propriedade e aguardar por mais chuva. “A chuva chegou um pouco atrasada. O povo que não plantou e vai plantar, já chegou o momento. Não há uma safra satisfatória, mas vamos ter o feijão e o milho”, contou o agricultor tal.
Segundo o sindicato dos trabalhadores rurais de Feira de Santana, mesmo com chuvas regulares nas próximas semanas, grande parte das famílias da zona rural vai precisar dos benefícios do governo para se manter.
“Houve uma pequena distribuição de cesta básica. Estamos comprando milho a R$ 18 a saca dos produtores rurais. Há ainda uma distribuição para quem não conseguiu se cadastrar a um dos programas do governo”,
Seca
A seca que atinge a Bahia já é considerada a mais intensa dos últimos 47 anos e está provocando reflexos na produção agrícola e pecuária do estado. A falta de chuva e a escassez de água nos leitos de alguns riosprovocou a perda de 25% do que foi plantado, de acordo com Rui Costa, secretário da Casa Civil e coordenador do Comitê Estadual para Ações Emergenciais de Combate à Seca.
Ao todo, 242 cidades decretaram situação de emergência e 209 foram homologados pelo governo estadual, de acordo com o Diário Oficial do Estado.
Segundo o Companhia de Engenharia Ambiental e Recursos Hídricos da Bahia, a seca registrada no estado em 1965 tem características semelhantes ao atual período de 2012.
Prejuízo
O governo da Bahia, através do Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícula, calcula que os prejuízos com a seca no estado até hoje cheguem a quase R$ 100 milhões. As pastagens secas castigam praticamente todo o rebanho de caprinos, o maior do país com 15 milhões de cabeças. A produção leiteira também sofre.
Prejuízo
O governo da Bahia, através do Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícula, calcula que os prejuízos com a seca no estado até hoje cheguem a quase R$ 100 milhões. As pastagens secas castigam praticamente todo o rebanho de caprinos, o maior do país com 15 milhões de cabeças. A produção leiteira também sofre.
No norte do estado, uma das regiões mais atingidas, os produtores de feijão lamentam as perdas. “Todo ano a gente colhe em um hectar seis a oitos sacos de caroços. Esse ano está desse jeito”, disse um agricultor.
Os números são da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA). Segundo o órgão, o prejuízo no estado com a seca pode chegar a um bilhão de reais nos próximos sessenta dias, caso o cenário atual não mude. Os setores mais atingidos pela seca, ainda de acordo com a EBDA, são o da pecuária. Até agora, houve um déficit de cerca de R$ 560 mil por causa da morte de bovinos e de aproximadamente R$ 302 mil com a redução do peso do gado. Os prejuízos com a redução na produção de leite no estado passa dos R$ 100 mil.
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