Por enquanto, a troca de técnico não fez diferença no São Paulo. Emerson Leão saiu, Ney Franco foi contratado, e o time segue sem organização tática e se distanciando dos líderes do Campeonato Brasileiro. Bom para o Vasco, que foi ao estádio do Morumbi na noite desta quarta-feira, atuou como se estivesse em São Januário, tamanho o domínio que impôs, e acabou com o 100% de aproveitamento do Tricolor em casa na competição. No fim, a vitória por 1 a 0, gol de Fagner em falha de Denis, fez jus ao melhor time, mas não refletiu o que as duas equipes apresentaram.
Comandado por Juninho, que ditou o ritmo do meio-campo, o time de Cristóvão Borges mostrou que é forte candidato ao título brasileiro e poderia ter até goleado. Com o triunfo, o sétimo em dez partidas disputadas, o time manteve a vice-liderança, com 23 pontos, ainda a dois do líder Atlético-MG, também vitorioso na rodada, por 3 a 1 diante do Inter.
Os dois times voltarão a campo no próximo fim de semana. O Vasco receberá a visita do Santos em São Januário, sábado, às 18h30m (de Brasília). Um dia depois, o São Paulo buscará a reabilitação no Campeonato Brasileiro no domingo, contra o Figueirense, em Florianópolis, às 16h (de Brasília).Já o São Paulo, que estacionou nos 16 pontos, entrou em campo diante de seu torcedor sonhando com uma vaga no G-4 e terminou a noite na sétima colocação.
Com Juninho calibrado, Vasco sobra em campo
O primeiro tempo começou com o São Paulo melhor e terminou com o Vasco absoluto em campo. No Tricolor, Ney Franco surpreendeu ao escalar o garoto João Schmidt, cria das categorias de base, na vaga de Casemiro. Com isso, o losango usado sem sucesso no clássico contra o Palmeiras deu lugar a um quadrado no meio-campo. Já o Vasco, que entrou em campo com seis desfalques, sofreu para encaixar sua marcação nos primeiros dez minutos.
Nesse período, o Tricolor teve duas boas chances para abrir o marcador. Na primeira, Prass defendeu chute de Luis Fabiano. Na segunda, Cícero acertou o travessão. Foi tudo que o time de Ney Franco produziu na etapa inicial. Após os 15 minutos, o Vasco se encontrou em campo e tomou conta da partida. O gol perdido por Diego Souza deu amostra do que seria o restante do jogo. Inteligentemente, Cristóvão Borges colocou William Barbio nas costas de Cortez, pelo lado esquerdo, e Diego Souza, na direita, na lacuna que era deixada por Douglas. Isso desmontou a marcação tricolor.
O problema era que seu meio-campo não existia. Nilton tomou conta de Jadson na etapa inicial. Cícero, após o chute perigoso no início, não acrescentou mais nada ao time, enquanto o garoto João Schmidt claramente sentiu sua estreia. Do lado contrário, o Vasco tocava a bola tranquilamente em campo, valorizava ao máximo a posse de bola e isso enervava ainda mais a equipe da casa.
A situação se complicou ainda mais para o São Paulo aos 28 minutos, quando os donos da casa perderam Osvaldo, machucado. O jovem Rafinha entrou no lugar do atacante e também pouco acrescentou ao setor ofensivo tricolor.
Até o apito para o intervalo de Leandro Vuaden, pode-se dizer que o Tricolor teve muita sorte em sair do gramado com a igualdade no marcador. Em duas faltas, Juninho Pernambucano levou Denis ao desespero. Na primeira, o goleiro fez bela defesa. Na segunda, a bola foi no travessão. O veterano da Colina, que completava seu jogo de número 350, ainda levou perigo em chute de fora da área, novamente defendido pelo goleiro são-paulino.
Visitantes abrem o placar e tricolores protestam
Com os laterais perdidos na marcação e um meio-campo que vacilou em muitos momentos, Ney Franco resolveu mexer no esquema tático no intervalo, saindo do 4-4-2 para o 3-5-2, com a entrada de João Filipe na vaga de João Schmidt. Porém, o time mal teve tempo para se acostumar com a alteração. No primeiro ataque, o Vasco abriu o placar. Fagner recebeu de William Barbio nas costas de Cortez, invadiu a área e bateu de pé direito. Denis falhou, e a bola entrou: Vasco 1 a 0, com absoluta justiça.
Em desvantagem, o São Paulo se perdeu em campo. Ney Franco ainda tentou uma nova cartada, com Ademilson na vaga de Cícero. Porém, as coisas ficaram ainda mais complicadas aos 12, quando Rodrigo Caio, que já tinha cartão amarelo, colocou a mão na bola e foi corretamente expulso. Com a vantagem numérica também, Cristóvão Borges sacou o volante Wendel, que fez boa estreia, e colocou o meia Carlos Alberto para dar ainda mais força ao ataque.
Aos 23, a torcida presente ao estádio do Morumbi perdeu a paciência de vez e passou a atacar o presidente Juvenal Juvêncio.
- O Juvenal, vai se f..., o meu São Paulo não precisa de você!!
Depois, sobrou para os jogadores:
- Vergonha, vergonha, time sem vergonha!!
Em campo, a equipe lutava, mas pecava pela falta de qualidade. Jadson não criava nada. A única chance surgiu aos 28, quando Luis Fabiano recebeu sua única assistência na partida e tocou na saída de Fernando Prass, à direita da meta vascaína. No mais, a bola ficou o tempo todo nos pés dos visitantes. E o Vasco ainda perdeu várias chances de marcar. João Filipe evitou um gol de Alecsandro, e Denis ainda fez mais três defesas em chutes de Juninho Pernambucano e Carlos Alberto.
No fim, vaias e mais vaias no Morumbi para um time que, se não sofrer uma profunda reviravolta, já pode começar a pensar em 2013. Já o lado cruz-maltino dorme na vice-liderança e sonhando com o título do Brasileirão.
Origem: Globo Esporte
Adaptação: Koysa Nova (;
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