O seriado "House", que fez muito sucesso na televisão, está no fim. Foi um programa muito visto, também, por muitos médicos, em especial a juventude médica.Consagrou ilusões e equívocos no exercício da medicina. O diagnóstico como um ato de onipotência. Muita gente para viver precisa se achar deus.Crítica: Fim de 'House' agrada a quem ama ou odeia o protagonistaConhecedor de tudo e de todas as áreas e se achar o máximo. Um máximo que despregado de qualquer prudente autocrítica e do respeito ao próximo, rapidamente se transformava de profissional dominador de uma técnica em profissional do assédio.A maneira como o modelo House estabelecia um cerco sobre os colegas e sobre os pacientes tornava-os vulneráveis ao seu poder mítico.Situado na beira do abismo dos comportamentos humanos aberrantes, frequentemente caia no fundo do poço da desconsideração e desrespeito pelo outro e descambava para o jugo.
O seriado "House", que fez muito sucesso na televisão, está no fim. Foi um programa muito visto, também, por muitos médicos, em especial a juventude médica.
Sua prática com insistentes e inoportunas perguntas e propostas criavam a penumbra para suas pretensões e desenhavam a natureza patológica do relacionamento humano e da prática do assédio.
Dr. House (Hugh Laurie) foi uma peça de uma pretensa ciência iluminista, vendida com ares absolutistas. Foi um acontecimento exemplar daquilo que Brechet alertou na sua peça teatral Galileu Galilei: "Com o tempo podereis descobrir tudo o que há para ser descoberto e, no entanto, vosso progresso vos afastará cada vez mais da humanidade.
O abismo entre ela e vós pode tornar-se tal que, um dia, ao vosso grito de alegria ante uma nova conquista, a resposta seja um grito de horror universal".
Em "House", o humano arbitrário tem força de lei, e a humanidade se desumaniza. O seriado passou, que não volte vestindo falsos médicos pretensos adivinhadores soberbos de diagnósticos.
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