A seleção da Alemanha chega para o duelo contra a Itália, nesta quinta-feira, em Varsóvia, pelas semifinais da Euro 2012, como favorita para encarar a atual campeã Espanha na decisão do próximo domingo. Motivos para tal afirmação na faltam. É a única com 100% de aproveitamento na competição, ao contrário da Azzurra, que só venceu uma partida até agora. Foi terceira colocada na última Copa, enquanto a equipe da Velha Bota sequer passou da primeira fase. De quebra, ainda tem um dos artilheiros do torneio, Mario Gómez, com três gols. No entanto, se apenas o retrospecto entre os dois gigantes, donos de sete títulos mundiais, for levado em conta, os italianos podem ficar muito mais empolgados para a partida marcada para 15h45m (de Brasília).
Em sete partidas por competições oficiais, o “Nationalef”, como é conhecido o time germânico, jamais conseguiu bater a Itália. Foram quatro empates e três derrotas, sendo três dessas em Copas e bastante traumáticas: a perda do título de 82, a derrota nas semifinal em 70 e, a mais recente, na mesma fase, em 2006, quando a Alemanha era a anfitriã.
Embora não admitam publicamente, os comandados de Joachim Löw chegam para o duelo com espírito de revanche, enquanto a “Squadra” de Cesare Prandelli, apostando no talento de Balotelli e Pirlo, quer manter a freguesia (contando todos os jogos, inclusive amistosos, a Itália venceu o rival 14 vezes, perdeu apenas sete e empatou em nove oportunidades).
A freguesia alemã |
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Copa de 1962 – 0 x 0 Copa de 1970 – 4 x 3 Copa de 1978 – 0 x 0 Copa de 1982 – 3 x 1 Euro 1988 – 1 x 1 Euro 1996 – 0 x 0 Copa de 2006 – 2 x 0 |
Além de uma vaga na final, o vencedor do confronto assegura um lugar na Copa das Confederações 2013. Como é atual campeã mundial, a Espanha, que despachou Portugal nos pênaltis na última quarta-feira, já está garantida na competição que será realizada no Brasil.
Confiança alemã
Apontado como o grande responsável pela boa fase do futebol alemão, o técnico Joachim Löw disse que o mérito não é seu, mas, sim, de um trabalho conjunto que envolve a federação e as categorias de base dos clubes do país.
Mas, embora não tenha se vangloriado, além de dizer que o tabu diante dos italianos não o incomoda, o treinador não esconde de ninguém que possui muita confiança no seu time, num discurso que, às vezes, beira uma certa soberba.
- Estamos onde queríamos estar desde o começo. Vamos seguir impondo nosso ritmo. Colocar nossas idéias em campo, fazer o nosso jogo, sem se importar com quem está do outro lado. Somos um time que não deve reagir ao que o adversário apresenta. E, sim, o contrário. Estamos em um nível que não precisamos esconder nada de ninguém – disse Löw.
E os jogadores seguem esse espírito. Segundo jornalistas espanhóis, atletas da Alemanha teriam tirado sarro do futebol apresentado pela Fúria diante da França, nas quartas de final, criticando a falta de objetividade de Xavi, Iniesta e companhia.
Se isso aconteceu ou não, obviamente, ninguém admite. E o capitão Schweinsteiger, curiosamente, lembrou que falta algo ainda a essa nova Alemanha: um título.
- Nós temos nossa filosofia de jogo. Desde 2005, estamos crescendo e evoluindo. Claro que ainda precisamos de um troféu para coroar esse sucesso, mas estamos chegando perto.
‘Azzurão’
Do outro lado, o tom é mais humilde. Com todos admitindo que, se de fato existe um “azarão” num confronto entre potências como Alemanha e Itália, esse é o time da Velha Bota.
- É um jogo difícil, contra uma Alemanha que está demonstrando seu favoritismo pelas atuações que tem feito, e não somente nesse campeonato. Mas, numa semifinal, tudo é possível – afirmou o ítalo-brasileiro Thiago Motta, que ainda não está totalmente recuperado de problemas musculares e ficará outra vez no banco de reservas, cedendo lugar para Marchisio.
Remanescentes de 2006 |
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Alemanha: Schweinsteiger, Lahn, Klose, Podolski e Mertesacker Itália: De Rossi, Buffon, Pirlo e Barzagli |
Quem também não está 100% é o volante e capitão De Rossi. No entanto, o atleta do Roma deixou claro que vai para o sacrifício. E entrará em campo inspirado pela façanha de seis anos atrás, quando, em Dortmund, a Azzurra eliminou a Alemanha da Copa e depois levou o caneco na decisão diante da França.
- Alguns de nós aqui estávamos em 2006 (confira todos na tabela ao lado). E, como jogávamos naquela ocasião na Alemanha, todos achavam que eles iriam ganhar. Assim como agora, eram os favoritos. E ainda são. Será mais uma partida histórica e não posso ficar fora de jeito nenhum – salientou De Rossi.
Escalações indefinidas
Na Itália, as dúvidas para o jogo são por conta de problemas médicos ou de suspensão. Na lateral, Abate pode ficar fora devido a uma lesão e, com Maggio suspenso, Bonucci pode ser improvisado na posição. Outra opção é a volta do esquema com três zagueiros, utilizado no começo da Euro, com De Rossi deslocado para o setor – essa opção, entretanto, é considerada mais improvável pela mídia italiana.
Na Alemanha, a indefinição é meramente por opção tática de Löw. O técnico sacou os titulares Podolski, Muller e Mario Gómez do duelo das quartas de final (4 a 1 sobre a Grécia), colocando em seus lugares, respectivamente, Schürrle, Reus e Klose. Mas não deixou transparecer se irá mantê-los.
Fonte: Globo Esporte Adaptações: Koysa Nova Por: Samuel Souza |
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